Após um longo e tenebroso inferno sem escrever merda alguma, hoje volto a escrever pra falar dum tema que mexe com qualquer sensibilidade: cocô.
O bom de escrever sobre merda é que não tem problema se você fizer alguma cagada. Piada de peido, por exemplo, funciona mesmo se você cagar tudo.
Um dia ouvi falar dum estudo de Psicologia que indicava que a maioria das pessoas olha pro cocô antes de dar descarga.
(Parênteses: só a psicologia pra ligar pra essas merdas)
Saber disso deu um gás (!) na minha autoestima. Quando eu me sinto mal por gastar mais do que devia ou porque cometi algum erro, lembro que as pessoas se importam com cada merda que já fico melhor.
Chafurdando mais ainda na psicologia, acho mesmo que ir ao banheiro faz bem pro ego, além do intestino. Um lugar onde você se esforça ao máximo pra produzir algo e no fim fica uma merda? Decerto te ajuda a ver o mundo com outros olhos.
Igualmente bem eu me sinto quando fico com uma caganeira daquelas da ONU discutir por meses se não é o caso de intervir. Ao contrário do turbilhão intestinal que me causa nos Países Baixos, a diarreia tranquiliza a consciência. Não importa o que aconteça, eu estou cagando pra tudo.
Mesmo com todas a restrições que criamos – não se caga mais ao ar livre hoje, a menos que você seja o roteirista da Glória Perez -, o ato de defecar ainda pode ser algo libertário. Eu mesmo sempre me sinto transgressor quando mando um barro em banheiro de shopping. É como se eu fosse um Vingador Tóxico. O Black Bloc que nem o Black Bloc teve coragem de meter a mão na massa pra ser.
Tenho a impressão de que ficou um a merda este texto, mas isso qualquer um pode ver.